Ação popular barra condomínio no Pq. Augusta
Associação dos Amigos do Jardim Morumbi faz a Prefeitura vetar construção de oito torres residenciais e 1.200 vagas de garagem na área do parque criado pelo Projeto de Lei dos vereadores Aurélio Nomura e Juscelino Gadelha
A luta pela implantação do Parque Augusta ganhou mais uma importante round. De acordo com notícia publicada segunda-feira, 25, pelo jornal O Estado de São Paulo, a Prefeitura de São Paulo vetou a construção de um empreendimento, após ser acionada pela Associação Amigos do Jardim Morumbi. Com isso, continua preservada uma das últimas áreas verdes na região urbana da Capital.
O quadrilátero, formado pelas confluências das Ruas Augusta, Caio Prado e Marques de Paranaguá, no bairro da Bela Vista, totalizando 24 mil metros quadrados, integra o Parque Augusta, cuja criação está estabelecida no Projeto de Lei (PL 345) conjunto dos vereadores Aurélio Nomura e Juscelino Gadelha (PL 345|), que vem lutando pela sua criação desde 2006. O projeto já passou por todos os trâmites na Câmara e pela primeira votação da Casa em 2011.
O terreno, que abriga as últimas espécies remanescentes da Mata Atlântica, já esteve ameaçado em diversas ocasiões, mas graças à atuação e apoio de diversas associações de bairro, de escolas da região e do respaldo de 15 mil assinaturas a favor da criação do Parque, a área verde vem sendo preservada. Pelo Projeto de Lei, o parque receberá diversos equipamentos relacionados à prática de atividade física, educação ambiental e preservação da memória paulistana.
“As imediações das Ruas Caio Prado, Augusta, Consolação e região não dispõem sequer de uma única área verde para recreação de crianças, para prática de atividade física para adultos e idosos e, nem mesmo área de contemplação do verde, daí a importância de criação desse parque”, destaca o vereador Aurélio Nomura, que continua na luta pela preservação da área.
A ação da Associação Amigos do Jardim Morumbi barrou a intenção de uma grande construtora de obter alvará para construir no quadrilátero pelo menos oito torres residenciais e 1.200 vagas de garagem, totalizando 111.587 metros quadrados. Ainda conforme a notícia do Estadão, “o pedido da incorporadora foi indeferido em definitivo pela Prefeitura no dia 12 de janeiro. Caso o empreendimento fosse aprovado, as Irmãs Franciscanas (as proprietárias da área) seriam parceiras da Cyrela em um futuro projeto imobiliário. A possibilidade de novos prédios em uma região protegida por leis municipais e estaduais de preservação mobilizou moradores do Morumbi. ‘Acabaram com a mata ao redor do Panamby e queriam agora acabar também com a floresta que restou entre o Pio XII e o Rio Pinheiros’, afirma Sérgio Gottahilf, de 58 anos, presidente da Associação Amigos do Jardim Morumbi’”, escreveu o jornal.
O veículo informa ainda que “os moradores reunidos na entidade levaram à Secretaria Municipal de Habitação mapas, cópias de leis e fotos que mostram a presença de 59 espécies de árvores e de plantas originárias da Mata Atlântica no terreno que pertence às Irmãs Franciscanas. Eles também argumentaram que o trânsito da Rua Colégio Pio XII, uma das poucas vias que dão acesso à Avenida Morumbi, seria ‘estrangulado’ com um novo condomínio”, infirmou o prestigiado jornal.