Lei institui 27 de setembro como Dia da Melhor Idade na capital paulista
Data entrou no Calendário Oficial de Eventos da Cidade de São Paulo no mês de junho; iniciativa do vereador Aurélio Nomura visa chamar a atenção para a situação do idoso
O Calendário Oficial de Eventos da Cidade de São Paulo tem uma nova data a ser lembrada a partir deste ano. Desde junho, quando a Lei 16.224/2015 foi promulgada, 27 de setembro se tornou o Dia da Melhor Idade. Baseada no Projeto de Lei 353/2014, de autoria do vereador Aurélio Nomura (PSDB), a lei que institui a comemoração tem o objetivo de incentivar atividades culturais e de lazer para pessoas com mais de 60 anos.
Foi o trabalho realizado pela Organização Não Governamental (ONG) Grupo dos Amigos Mundo Feliz (GAMF) que motivou o parlamentar a criar o projeto de lei. Com sede no bairro do Ipiranga, zona sul da cidade, a ONG atende a comunidade idosa e carente do bairro por meio de eventos beneficentes. “É uma entidade que trabalha para incentivar pessoas da terceira idade a valorizar a própria experiência pessoal”, explica o vereador Aurélio Nomura.
Desde que foi criada, em 2008, a GAMF realiza anualmente, sempre no mês de setembro, a “Tarde da Melhor Idade”. O objetivo é proporcionar momentos divertidos aos idosos por meio de brincadeiras e dar a eles a oportunidade de fazer novas amizades. Durante o evento há também distribuição de lanches e de cadeiras de rodas e muletas. Em 2014, 800 pessoas participaram.
De acordo com o vereador Aurélio Nomura, a celebração da data é uma maneira de chamar a atenção da sociedade e do Poder Público para a questão dos idosos na cidade de São Paulo. “No ano passado, a Prefeitura tinha 1 milhão de reais para fazer investimentos nessa área, mas não fez absolutamente nada. Para este ano, o orçamento previa R$ 500 mil para os idosos, porém, não foi aplicado um centavo”, reclama o parlamentar do PSDB. “O que nós estamos vendo é um total descaso com os idosos.”
Ainda segundo o parlamentar, a falta de investimentos vai resultar em um problema sério no futuro. Relator da Subcomissão de Moradores em Situação de Rua, Nomura lembra que 20% dos 16 mil moradores em situação de rua cadastrados na Prefeitura, 20% têm mais de 60 anos de idade. “A tendência é que o número de idosos em situação de rua aumente cada vez mais”, calcula.
O parlamentar observa que não há na cidade nenhum Centro de Referência do Idoso mantido pela Prefeitura. “Os dois que temos foram construídos pelo Estado”, diz ele, adiantando que até o fim de 2015 deve entrar em funcionamento mais uma unidade voltada ao atendimento do idoso. Será no bairro da Vila Mariana graças a uma reivindicação feita por há cerca de três anos ele diretamente ao governador Geraldo Alckmin (PSDB).
De acordo com projeções populacionais baseadas no Censo de 2010 e divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de brasileiros com mais de 60 anos ultrapassa 23 milhões. Estimativas do órgão indicam que mais de 900 mil deles vivem na cidade de São Paulo. Em janeiro deste ano, um levantamento sobre envelhecimento feito pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) indicou que o número de idosos na capital paulista deve dobrar em 20 anos.