Comissão vai apurar contaminação no Jardim Keralux e nas escolas da Zona Norte
Cetesb e Secretaria Municipal do Verde são chamadas para dar informações sobre esses passivos ambientais
O vereador Aurélio Nomura, relator da CPI das Áreas Contaminadas, encaminhou à Cetesb e à Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente requerimentos para que compareçam à comissão, na próxima terça-feira, às 10h, na Câmara Municipal de São Paulo, para prestar informações sobre vários locais que estão habitados, apesar de estarem com o solo contaminado, o que coloca em risco a vida e a saúde dos moradores.
“Só em São Paulo, a Cetesb identificou nada menos que 4.572 áreas contaminadas. O relatório aponta as indústrias e os postos de gasolina como os principais responsáveis pela poluição dos terrenos”, destacou o relator da CPI, vereador Aurélio Nomura.
Na reunião da próxima semana, a CPI quer ouvir a Cetesb sobre os primeiros cinco casos: a área remanescente da EMEF Clovis Graciano e EMEI Vicente Paulo da Silva; a sede da Defesa Civil, no Zona Norte; e a área do Jardim Keralux, onde estão a Bann Química e a USP Leste e que abrigou a Cerâmica Keralux.
As duas escolas municipais, na Vila Nova Cachoeirinha (Zona Norte) foram fechadas por causa da concentração de gás metano, afetando 1.250 crianças. Os dois prédios foram construídos sobre o aterro de um lixão de resíduos domésticos, cuja decomposição gerou o depósito de gás, com alto risco de explosão.
Esse mesmo perigo, e também por gás metano, ameaça a sede da Defesa Civil, na Avenida Zaki Narchi, próxima ao Shopping Center Norte (que passou por um período de interdição no ano passado), construído em local onde nos anos 1970 funcionavam depósitos de lixo.
A CPI vai apurar também o passivo ambiental no Jardim Keralux, em Ermelino Matarazzo, deixados pela indústria Bann Química e pela Indústria Cerâmica Keralux. A área, na várzea do Rio Tiete, de 80 mil metros quadrados, é ocupada de forma irregular por cerca de 20 mil moradores e está contaminada por HCH, um pesticida altamente tóxico, proibido no Brasil desde 1995. Uma vistoria constatou vazamentos de produtos químicos venenosos e a falta de controle sobre procedimentos, que podem causar explosões.
Sem levar em conta todos esses riscos, naquela região foi instalada a USP Leste, cujos universitários da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) estiveram expostos a contaminações. Por causa desse perigo, o campus foi interditado pela Justiça.
Serviço
Reunião da CPI das Áreas Contaminadas
Dia: 15/04 (terça-feira), às 10h
Local: Câmara Municipal de São Paulo – Viaduto Jacareí, 100 – 8º andar – Sala Tiradentes
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*Vereador Aurélio Nomura é Relator da CPI das Áreas Contaminadas