“A princípio, terra de deposição parecia algo inofensivo”, afirma ex-vice diretor da EACH-USP
Afirmações do ex-vice diretor, Edson Roberto Leite, levantou críticas de alunos e professores presentes. Vereadores renovaram intimação ao ex-diretor da EACH, José Boueri Filho, para próxima reunião da CPI
“Não sabia”, “não tinha conhecimento”. Essas foram as expressões utilizadas pelo ex vice-diretor da EACH-USP ao ser responder questões levantadas pela Comissão Permanente de Inquérito das Áreas Contaminadas sobre o depósito de terra contaminada no campus.
Vereadores da Comissão interrogaram o professor intimado por quase duas horas, com a presença de alunos e professores da escola da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH – USP Leste), que cobraram declarações mais assertivas para o caso que já perdura há quase um ano. Aberta há quase três meses, por autorização da CETESB, clima de insegurança e medo de contaminação ainda são presentes entre funcionários e alunos.
O professor e ex-vice diretor afirmou que não foi chamado a depor no momento da instauração do processo administrativo disciplinar contra o ex-diretor, e que o fato sobre contaminação no campus foi sabida somente após veiculação na imprensa, já que nunca, como vice-diretor, foi delegado à responsabilidade ambiental.
Após relatos carentes de informações precisas do ex vice-diretor da EACH-USP, alunos e professores se mostraram descontentes com a falta de cooperação para auxiliar no caso. O relator da CPI, o vereador Aurélio Nomura, perante à revolta, afirmou que encaminhará, em nome da Comissão de Inquérito, todos os documentos do caso que envolvem a contaminação na USP Leste à Delegacia de Polícia Ambiental.
Bann Química e Essencis Soluções Ambientais
Técnica da empresa Essencis Soluções Ambientais, Giovanna Setti, afirmou à CPI que a área de 83 mil metros quadrados onde estava localizada a fábrica de insumos de borracha da Bann Química, em Ermelino Matarazzo, não oferece riscos para a população do entorno. De acordo com os depoentes, também não há contaminação do solo, nem de lençóis freáticos.
A Essencis Soluções Ambientais foi contratada pela própria empresa para emitir um laudo sobre a existência de contaminação no local.
A Bann Química é investigada pela CPI como a responsável pela contaminação no solo do Jardim Keralux, em Ermelino Matarazzo. A companhia encerrou as atividades no local em 2006. Na época, a empresa tinha sido penalizada por contaminação atmosférica.
Para o presidente da Bann Química, Dwight Kaven Bann, não havia motivos para fábrica de Ermelino Matarazzo ser multada e fechada na época.
Requerimentos aprovados
– Convite ao Presidente da Loga – Logistica Ambiental S/A para prestar informações sobre passivo ambiental e Plano de Intervenção para fins de reabilitação do solo da Estação de Transbordo Ponte Pequena;
– Requerimento de informações ao secretário Municipal do Verde e do Meio Ambiente, Wanderley Meira do Nascimento, sobre o parecer técnico nº 10 – DECONT – 2/2006; todos os relatórios do atendimento à informação Técnica do Grupo Técnico Permanente de Áreas Contaminadas do Decont, anexa ao PT nº 10 – Decont – 2/2006 – conforme exigências DAIA – Parecer Técnico 358/2008, referente à obra de modernização da Estação de Transbordo de Ponte Pequena, fornecidas ao Decont pela Loga – Logistica Ambiental S/A;
– Convite ao Presidente da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana – AMLURB, Silvano Silvério da Costa, para prestar informações referentes à investigação sobre passivo ambiental e Plano de intervenção para fins de reabilitação do solo dos antigos incineradores Vergueiro e Ponte Pequena;
– Requerimento para o fornecimento de cópia do Programa Remediação e Monitoramento do Passivo Ambiental ao presidente da Loga, de acordo com as exigências contidas no Parecer Técnico. Cópias dos documentos que atestam cronologia das referidas exigências implementadas até agosto de 2014 conforme o parecer mencionado.
*Vereador Aurélio Nomura é relator da CPI das Áreas Contaminadas