Lei homenageia feirantes com dia especial no calendário municipal

25 de agosto passa a ser a data oficial em reconhecimento ao trabalhador de feiras livres da cidade de São Paulo; projeto é do vereador Aurélio Nomura 

Eles saem para trabalhar quando a maioria ainda dorme. De madrugada, já estão em meio à agitação da Ceagesp ou do Mercado da Cantareira para escolher as melhores frutas, verduras e legumes e atender sua fiel clientela. Antes de o dia nascer começam a montar suas barracas – faça chuva, faça frio – cada dia em um ponto diferente da cidade. Acostumados a sempre inovar o repertório para convencer a freguesia de que têm os melhores preços, os feirantes cativam pela simpatia e qualidade dos produtos que comercializam e só por volta das 13h ou 14h recarregam o caminhão e encerram o expediente para começar tudo de novo algumas horas mais tarde, sempre de terça-feira a domingo.

Com uma rotina tão puxada, esses profissionais acabam de receber um reconhecimento oficial: a partir deste ano, 25 de agosto passa a ser “Dia do Feirante”, instituído pelo projeto de Lei nº 25/14, de autoria do vereador Aurélio Nomura, que alterou a Lei 14.485/2007 para incluir a data no calendário municipal.

“O objetivo é prestar uma homenagem a esses comerciantes que possuem uma rotina de trabalho difícil e sacrificada. Aliás, o comércio em feiras livres está muito ligado à história dos meus antepassados, pois muitos japoneses se dedicaram a esta atividade na nova vida na cidade grande, após anos de jornada árdua nos cafezais”, lembra o vereador. “Que paulistano nunca comprou frutas, legumes ou pastel em uma barraca de japonês ou descendente?”, observa o parlamentar.

O reconhecimento chega no ano em que se comemora o centenário das feiras livres na cidade de São Paulo. Foi em 25 de agosto de 1914 que o então Prefeito Washington Luiz Pereira de Souza criou, por meio do Ato 710, a feira livre como forma de reconhecer oficialmente algo que já existia na cidade de São Paulo. A primeira feira livre de que se tem notícia foi realizada no Largo General Osório, na região central, com a participação de 26 feirantes. A segunda ocorreu no Largo do Arouche, também no Centro, e contou com a adesão de 116 feirantes. Em 1948, o Prefeito Paulo Lauro determinou, por meio de lei, a expansão das feiras livres, com a realização de ao menos uma feira semanal em cada subdistrito ou bairro da cidade.

Dados da Prefeitura de São Paulo indicam que existem hoje 880 feiras livres na cidade, com 12.073 feirantes matriculados e 16,3 mil barracas. Ainda de acordo com informações da Prefeitura, dos 12.073 profissionais cadastrados para trabalhar em feiras livres, 60% são homens (7.211) e 40% são mulheres (4.862). A faixa etária que predomina entre esses trabalhadores varia de 36 a 65 anos (7.865). O levantamento aponta que apenas 319 do total de cadastrados tem até 25 anos de idade (3% do total). Em contrapartida,  o número de idosos feirantes, com idades entre 66 e 95 anos, chega a 1.678 (13% do total).

 

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