Ministério Público defende Parque Augusta 100%

Promotor da Promotoria da Cidadania afirma que dinheiro da indenização paga pelo Deutsche Bank à Prefeitura deve ser usado para implantação do espaço público em sua totalidade

parque-algusta1Em reunião realizada hoje no Ministério Público Estadual com os vereadores da Frente Parlamentar pela Sustentabilidade, os promotores Dr. Silvio Marques, da Promotoria da Cidadania, e Dr. Roberto Proença, da Promotoria do Meio Ambiente, afirmaram que vão atuar para garantir 100% da área para a implantação do Parque Augusta.

De acordo com os promotores, os custos poderiam ser bancados pela indenização paga pelo Deutsche Bank, em acordo com a Prefeitura e com o MP, para pagar US$ 20 milhões por ter movimentado valores depositados pelo ex-prefeito Paulo Maluf, na construção da antiga Avenida Águas Espraiadas, atual Avenida Jornalista Roberto Marinho. O Promotor Silvio Marques explicou que, do total de US$ 20 milhões do acordo, serão destinados à Prefeitura US$ 18 milhões.

Dr. Marques destacou também que a Lei de autoria do vereador Aurélio Nomura deve ser cumprida de forma integral e que vai exigir os recursos do Deutsche Bank para o Parque Augusta. “Se a Lei não for cumprida e o parque não for implantado em sua totalidade, ajuizarei uma ação contra a Prefeitura”, afirmou o promotor.

O projeto do parlamentar (PL 345/2006), em conjunto com o ex-vereador Juscelino Gadelha, deu origem à Lei 15.941, sancionada em 23 de dezembro de 2013.

“O objetivo da Lei é garantir a totalidade da área para lazer e preservação de um dos últimos remanescentes da Mata Atlântica no centro de São Paulo e que corre o risco de ser ocupado por um empreendimento imobiliário”, defende o vereador Aurélio Nomura.

Audiência Pública
comissao-financas_144O parlamentar não pôde estar presente na reunião do Ministério Público devido a realização da audiência pública da Comissão de Finanças e Orçamento, convocada pelo vereador, para ouvir a Secretaria de Finanças e Desenvolvimento. A reunião tratou do alto reajuste da tabela de valor dos imóveis usada para o pagamento do ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis). Em alguns casos, o aumento desse imposto chega a 174%.

Na audiência, o subsecretario José Alberto de Oliveira Macedo, questionado pelo vereador Aurélio Nomura por que o Valor de Base de Referência (que é maior que o da base de cálculo do IPTU) não é aplicado pela Prefeitura na cobrança do IPTU, respondeu que não existe uma Lei que determine a cobrança do IPTU pelo valor de VBR.

No entanto, o parlamentar observa que é dever do Executivo a eficiência na arrecadação e em função disso, a Prefeitura de São Paulo pode estar incorrendo em improbidade ou crime de responsabilidade. “Isso é o que vamos passar a verificar”, afirma o vereador Aurélio Nomura.

 


*Vereador Aurélio Nomura é membro da Comissão de Finanças e Orçamento
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