Parque Augusta se tornando realidade
Previsto inicialmente para ser entregue à população em 2020 e depois em julho deste ano, o Parque Augusta, criado pela lei do vereador Aurélio Nomura com o objetivo de preservar a última área verde em pleno centro da Capital, deve ficar pronto em agosto, após 20 anos de luta da população – e dez tramitando na Câmara Municipal de São Paulo. “Houve um certo atraso no cronograma porque tivemos muitas idas e vindas”, explicou o vereador Aurélio Nomura
O projeto de lei, em coautoria com o ex-vereador Juscelino Gadelha, de 2006, foi sancionado em 2013 ganhou depois a coautoria de outros nove parlamentares e manteve a preservação de 100% da área de um quarteirão entre as ruas Augusta, Caio Prado e Marquês de Paranaguá, num total de 23 mil m², que terá ainda espaços para atividades físicas, uma arquibancada para apresentações e cachorródromo. “Na verdade, o que será construído ocupará uma área muito pequena do parque, apenas cerca de 5% da área total”, assegura Nomura, acrescentando que a ideia é seguir o conceito de um parque vivo, ou seja, “que pode mudar”.
Além disso, conta, os bens culturais, artísticos e arquitetônicos foram preservados e se tornarão atrativos para os frequentadores, como o portal e a casa centenários, que estão sendo restaurados. Durante as escavações o local também se revelou um importante sítio arqueológico, pois ali foram encontradas 2.126 peças, entre louça, vidros, cerâmica e metais, entre outros.
No último dia 24, Aurélio Nomura, o secretário do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo de Castro e o promotor de Justiça do Patrimônio Público e Social do Ministério Público de São Paulo, Silvio Antônio Marques, acompanhados do ex-vereador Gilberto Natalini e da presidente da Sociedade dos Amigos e Moradores do Cerqueira César, Celia Marcondes, fizeram uma visita técnica às obras do Parque Augusta e se animaram com os contornos que o local vem ganhando. “É muito gratificante ver a lei efetivamente sair do papel e beneficiar a cidade e a população. Além de sua importância para o meio ambiente, este será o primeiro parque urbano da cidade com a função educativa de preservar a memória por meio das peças resgatadas”, afirma o vereador Aurélio Nomura.
Durante a visita, Nomura propôs o plantio de uma muda de “ginkgo biloba” a única árvore que resistiu à bomba atômica de Hiroshima e que um ano depois brotava novamente entre as ruínas de um templo budista da cidade japonesa devastada pela explosão.
“Seria um simbolismo da luta travada pelo parque, que por muito pouco não foi completamente destruído para dar lugar a dois grandes empreendimentos imobiliários”, afirma o vereador.
“É importante destacar que a Prefeitura não gastará um tostão sequer no Parque Augusta”, destaca o parlamentar. “O documento assinado entre a Prefeitura de São Paulo, o Ministério Público e as duas construtoras que eram donas da área, em agosto de 2018, estabeleceu a transferência do terreno por doação ao município em troca de quatro outras áreas para as empresas. Além disso, elas investiram R$ 9,85 milhões em obras que incluem a restauração da portaria e do prédio do antigo Colégio Des Oiseaux, que fica dentro do terreno, e a construção do Boulevard Gravataí, que ligará o parque à Praça Roosevelt. Desse total pago pelas empresas, R$ 2 milhões serão empregados na manutenção do parque por dois anos e o restante será repassado para a construção de um Centro de Convivência Intergeracional e na reforma de uma Instituição de Longa Permanência para Idosos”, explica o vereador Aurélio Nomura.
Ao Jornal Nippak, o parlamentar destacou que o Parque Augusta é “um ícone na cidade e representa a conquista de um sonho acalentado pelos moradores e ativistas , durante 20 anos”. “Mostra que com a resiliência podemos conquistar nossos objetivos”, disse o vereador, explicando que “o parque só foi possível com a união de cidadãos, liderada pela advogada Celia Marcondes, pelo reconhecimento do mérito e da necessidade pelo Ministério Público através do Procurador de Justiça, Silvio Marques, pelo apoio incondicional dos secretários Gilberto Natalini e Eduardo de Castro, da coordenadora da Gestão de Parques e Biodiversidade Municipal (CGPABI), Tamires Carla de Oliveira , mas, principalmente, pelo engajamento e vontade política do nosso prefeito Bruno Covas e da Câmara Municipal”, lembrou Aurélio Nomura.
Como será – Conforme o projeto do Parque Augusta, elaborado pelo Escritório de Arquitetura Kruchin, grande parte das árvores originais do terreno foi mantida, algumas serão removidas e outras serão transplantadas para outros locais do parque.
Uma das principais preocupações foi garantir a permeabilidade do solo, por isso, só os caminhos extremamente necessário serão concretados, como por exemplo, para assegurar a acessibilidade. A maioria dos percursos será de terra batida ou pedrisco, ambos materiais drenantes.
A entrada principal dos pedestres (portão 1) será pela Rua Caio Prado, mas haverá outros portões na Rua Augusta. Esse acesso levará para a sala expositiva, para o setor de informações, e para a academia da terceira idade.
Já a Portaria 2 dará acesso às áreas verdes, cachorródromo, área de slackline (equilíbrio sobre fitas) e playground. Por fim, o Portão 3 levará aos sanitários (públicos e destinados aos funcionários), arquibancada, deck elevado e espaços de apoio (vestiários, copa, depósitos, almoxarifado e administração). Os portões 4 e 5 serão exclusivos dos funcionários.
(Aldo Shiguti)