“Retomar o Programa de Conservação e Uso Racional da Água é urgente”
Lei promulgada em 2006, baseada no projeto de Lei do vereador Aurélio Nomura, propõe medidas simples mas que proporcionam grande economia do recurso natural
Em entrevista hoje (12/02) na TV Câmara, 1ª edição, o vereador Aurélio Nomura, presidente da Comissão de Meio Ambiente, refirmou a necessidade imediata de cumprir a Lei nº 14.018 que institui o Programa Municipal de Conservação e Uso Racional da Água, promulgada em 2006, nas edificações de uso residencial, comercial, institucional (de propriedade pública ou particular), de prestação de serviços e industrial. O programa, baseado no projeto de Lei de autoria do parlamentar, começou a ser implantado em creches, escolas fundamentais, AMAs e hospitais públicos nos governos José Serra e Gilberto Kassab, proporcionando economia de 100 milhões de litros de água por mês.
Combater o desperdício é um assunto que ganha cada dia mais urgência devido ao baixo nível de água do Sistema Cantareira, que chegou ao menor índice dos últimos 84 anos (19%) e deve levar, inevitavelmente, ao racionamento.
O Programa inclui campanhas de conscientização de uso racional da água, instalação de dispositivos, como restritores de vazão de chuveiro e arejadores em torneiras, e construção de estações compactas de tratamento de esgoto nos grandes empreendimentos imobiliários para o reuso da água.
“Para se ter uma ideia, apenas a troca de 5 milhões de bacias sanitárias comuns (que despendem 20 a 30 litros por descarga) por caixas acopladas que utilizam até seis litros por descarga economizaria o equivalente a um lago de Itaipu por ano”, destacou o vereador. “A cidade de Nova York, que também sofria com falta de água deixou de ter esse problema apenas com a troca das bacias sanitárias. Além disso, precisamos incentivar medidas constantes de uso responsável junto à população, como fechar a torneira quando não estiver usando água ou ficar menos tempo no chuveiro”, observou o vereador.
De acordo com o vereador, na época em que elaborava o projeto de Lei, um estudo feito nos grandes condomínios mostrou que os gastos com água e esgoto representavam 33% dos custos. Apenas com a instalação dos dispositivos de economia baixava a conta em até 40%, e o retorno dos investimentos era de apenas 2 a 3 anos. “Como se vê, o uso racional da água faz bem para o meio ambiente e também para o bolso”, afirmou Aurélio Nomura.
Não bastasse esse fenômeno climático, o abastecimento de água em São Paulo está ameaçado também com o vencimento, em agosto próximo, do Termo de Outorga de Água do Sistema Cantareira, e as dificuldades que se desenham para e renovação desse acordo entre o Governo do Estado e os municípios que integram o Comitê de Bacias Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ).
“Essa região no Interior de São Paulo, que inclui as cidades de Piracicaba, Bragança Paulista e Campinas, é uma das que mais crescem e essa expansão resulta em maior consumo de água. Atualmente, a Sabesp retira do Sistema Cantareira 31 metros cúbicos de água por segundo, mas os municípios que integram o Comitê de Bacias PCJ querem reduzir esse volume em 7 metros cúbicos para fazer frente às necessidades regionais de desenvolvimento”, observou o vereador Aurélio Nomura.