Vereador Aurélio Nomura critica os altos subsídios às empresas de ônibus
Em discurso na Tribuna da Câmara Municipal, parlamentar questiona os R$ 7 bilhões que serão destinados ao transporte nos próximos 4 anos, valor maior que o orçamento anual da Saúde
Em mais um discurso no Plenário, desta vez para abordar o Plano Plurianual (PPA), o vereador Aurélio Nomura criticou a proposta do Executivo, em tramitação na Câmara Municipal de São Paulo, que estabelece as diretrizes, objetivos e metas, incluindo os gastos da Prefeitura nos próximos quatro anos (2014 a 2017). Entre as disparidades apontadas pelo parlamentar estão os bilionários subsídios às empresas de transporte público e até a inconstitucionalidade do PPA por não obedecer a decisão do Tribunal de Contas do Município que determinou que as despesas com os inativos da educação, não podem ser incluídos no percentual mínimo de 25% dos gastos com a educação, fato que não está sendo obedecido pelo projeto do Executivo.
O vereador chamou a atenção para o disparate dos recursos públicos que contemplarão os empresários de ônibus. Essa mesma desaprovação o parlamentar havia manifestado horas antes na audiência pública do Orçamento, sendo aplaudido pelos presentes. “Os marajás dos transportes terão o maior valor de todos os tempos. Serão R$ 1,65 bilhão, em 2014; R$ 1,72 bilhão, em 2015; R$ 1,78 bilhão, em 2016; e R$ 1,84 bilhão, em 2017, totalizando mais de R$ 7 bilhões de subsídio para as empresas de ônibus nos próximos quatro anos. Para se ter uma ideia desse absurdo, esse subsídio é maior que o orçamento de um ano da área da Saúde , que é de 5 R$ bilhões”, destacou.
Ainda com relação a área da Saúde, o vereador alertou para o risco de os hospitais municipais pararem as atividades em setembro do ano que vem em função da falta de verba – ou seja, os R$ 400 milhões que deixaram de compor o orçamento da Autarquia Hospitalar Municipal. O vereador referiu-se, também, à falta de qualquer esforço do governo para evitar o fechando do Hospital da Glória, no Bairro da Liberdade, que atende pacientes do SUS, mas que deverá encerrar as atividades ainda neste mês de dezembro. “O poder público precisa encontrar uma solução viável para evitar o fechamento do Hospital da Glória, que faz mais de 600 atendimentos ambulatoriais diários e cerca de 700 cirurgias por mês”, disse o vereador Aurélio Nomura.
O parlamentar mencionou também a visão equivocada da atual administração na elaboração do PPA ao considerar que a infraestrutura na região da cidade é melhor do que a da periferia. “Os equipamentos públicos existentes no Centro não são suficientes e há muito tempo estão abandonados. Essa situação só tende a se agravar com a revitalização da área central e a implantação de moradias sociais, que atrairiam mais moradores. Já antevendo esse adensamento, os moradores da região do Glicério reivindicam a construção de um CEU para atender as crianças e jovens que vivem num local degradado socialmente e desprovido de equipamentos públicos”, disse o vereador.