Vereador critica subsídio ao Programa Minha Casa, Minha Vida

“Não podemos privilegiar apenas os amigos do rei”, disse o parlamentar Aurélio Nomura, referindo-se ao fato de ficar a cargo do Secretário da Habitação a concessão de R$ 20 mil para cada unidade habitacional

plenario_189O vereador Aurélio Nomura criticou duramente Minha Casa, Minha Vida em seu discurso hoje na Tribuna da Câmara Municipal, na segunda votação do Projeto de Lei da Prefeitura, que subsidia em R$ 20 mil, a fundo perdido, cada uma das unidades habitacionais que fazem parte do programa.

Num dos pontos mais duros do seu discurso, o parlamentar afirmou que deveria ser retirado da competência do Secretário da Habitação de definir aqueles que irão receber o subsídio. “É preciso obedecer a fila de inscrição, que já chega a um milhão de pessoas. Precisamos obedecer ao critério da isonomia. Não se pode privilegiar apenas os amigos do rei”, afirmou o vereador. “Precisamos ter critérios transparentes e isso não está claro nesse projeto que concede subsídios ao Programa Minha Casa, Minha Vida. Precisamos olhar para os trabalhadores que ganham três salários mínimos e não por decisão apenas do Secretário da Habitação”.

No substitutivo ao projeto apresentado pela bancada do PSDB, que foi rejeitado pela base governista, a proposta era atender prioritariamente os trabalhadores que ganham até três salários mínimos, que representam 80% dos cerca de um milhão de inscritos, e retirar o poder do Secretário da Habitação com relação à concessão do subsídio, tornando esse processo mais claro para que possa ser acompanhado pelos parlamentares.

O vereador questionou também a qualidade das unidades construídas por meio do programa federal e citou o caso dos moradores de três conjuntos habitacionais, em Queimados, na Baixada Fluminense, que tiveram suas casas inundadas pela água da chuva, que chegou a quase um metro de altura. De acordo com os moradores, a água invadiu os apartamentos através dos ralos o que comprova um erro grave de construção.

O vereador Aurélio Nomura apontou ainda o fato de os novos empreendimentos se localizarem nas áreas mais periféricas, não servidas por sistema se transporte e sem rede de água e saneamento instalada.

“Sem qualquer preocupação com a mobilidade urbana, que é um dos primeiros requisitos para qualidade de vida, essas moradias mal surgem e os moradores já sofrem com a falta de transporte, com a falta de infraestrutura de comércio e de serviços. Para piorar dentro de um conjunto não é permitido ter áreas comerciais. Sem esses serviços, longe de centros urbanos e sem transporte, é possível imaginar a situação precária que as famílias terão em seu dia a dia”, destacou o vereador Aurélio Nomura.

“Mais uma vez, a Prefeitura quer um cheque em branco, pois não sabemos quantas moradias do programa Minha Casa, Minha Vida receberão o subsídio e nem onde serão construídos”, disse o parlamentar.

Leia o discurso do vereador na integra

 

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